Revolução Francesa

     A Revolução Francesa foi um marco histórico ocorrido na França século XVIII que impactou as estruturas da Monarquia Absolutista. Durante séculos, o Clero e a Nobreza foram privilegiados com a isenção de impostos e gozo de muitas regalias que custava o suor do povo francês. Este, que também era chamado de Terceiro Estado, não estava contente com tudo que estava acontecendo, pois as leis que eram aprovadas, nunca beneficiavam o povo, e sim o Clero e a Nobreza. O rei Luís XVI estava contrariando a maior parte da população que almejava uma mudança radical para quebrar de vez a tradição e impor novos princípios, estes que ficaram marcados como os princípios da Revolução Francesa: Liberdade, Igualdade e Fraternidade. Os ideais Iluministas influenciaram fortemente uma mudança no cenário político e social do Estado francês. O rei governava com poderes absolutos e a injustiça social era visível. O antigo regime já estava com os dias contados, pois os trabalhadores, a burguesia e os camponeses estavam saturados com a realidade social da França.

     O povo extremamente indignado com a realidade francesa tomou as ruas, e o primeiro alvo foi a Bastilha, local onde de presos e opositores da Monarquia. A Queda da Bastilha foi um marco histórico, pois a revolução começou naquele momento. Em decorrência desse fato, a família real tentou fugir da perseguição dos opositores e o rei Luís XVI e sua esposa Maria Antonieta foram capturados e mortos de uma forma bem comum na época: guilhotina. O clero não saiu ileso; os revolucionários também confiscaram o que era de propriedade da igreja e não hesitaram ao praticar tais atos. Enquanto o caos tomava conta da zona urbana e rural da França, foi criado pela Assembleia Constituinte Nacional a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão que pôs fim no sistema feudal, nos privilégios da “minoria”, separou o Estado da Igreja e enfatizou de vez os princípios da Revolução Francesa. Uma série de reformas dentro da estrutura política foi feita e aquele Estado Francês, que por vários séculos foi carregado nas costas por uma classe desfavorecida, já caia em ruínas estabelecendo uma sociedade capitalista e burguesa, totalmente diferente do antigo regime feudal e aristocrata.

     Consequentemente, com as mudanças sendo implantados e novos rumos sendo discutidos, os revolucionários se dividiram em dois grupos: os Jacobinos e os Girondinos – dois partidos originados do Terceiro Estado – confrontaram ideias, e começaram a discutir os novos caminhos políticos e sociais a percorrer. Os Jacobinos, liderado por Robespierre, defendiam a classe mais pobre lutando por uma transformação social. E de outro lado, os Girondinos que por sua vez repudiava a participação dos trabalhadores na política, pois representavam apenas a alta burguesia. Já engajados em um processo de mudança radical, o grupo de Robespierre – os Jacobinos – com uma autonomia política em mãos, perseguiu e matou todos os opositores do novo sistema de governo, pois o Comitê da Salvação Pública que foi fundado para a segurança da França trouxe a chamada Fase do Terror e nesse período (1793-1794) milhares de pessoas morreram e o infortúnio francês estava caminhando. Não durou muito tempo até que veio a queda dos Jacobinos, e através de um golpe de Estado arquitetado pela alta burguesia, comandaram o Estado francês até a chegada do famoso Napoleão Bonaparte que implantou o governo burguês.

     A vez agora foi dos Girondinos que pelo comando de Napoleão, trilhou caminhos em busca de uma ascensão burguesa. A Revolução Francesa foi um fato histórico importantíssimo não só para os franceses, mas também para vários países que se inspiraram nos ideais iluministas e levaram para si ingredientes a serem adaptados. A população francesa não foi mais a mesma, o povo ganhou mais autonomia e os direitos passaram a ser respeitados diferentemente da época do antigo regime.

Valter Lopes - Historiador