A CNI conclui um estudo sobre o transporte de massa nas megacidades brasileiras, onde aponta o metrô como a melhor opção. Retirado da Revista Goiás Industrial.
- 1995-01-07
- 1995-01-07
Andar nos trilhos
História de Goiás
Resultado de trabalho exaustivo dos técnicos do Conselho para Assuntos de Energia (Coase), da CNI, que gastaram dois anos na sua elaboração, o estudo defende que um sistema de transporte coletivo na megacidade, para funcionar de forma razoavelmente eficiente, tem de ser, necessariamente, o resultado da combinação articulada de diversos modos de transporte.
Nesse contexto, detalha que a modalidade ferroviária (trem, veículo leve ou metrô) desempenharia papel predominante, cabendo aos ônibus, por sua vez, dada a sua capacidade de atingir todas as localidades das regiões metropolitanas, a função preferencial de alimentar o modo ferroviário.
Vantagens em quesitos que vão do conforto ao tempo gasto nos deslocamentos, demanda de energia e impacto ambiental, seja em termos de poluição do ar ou sonora, explicam a preferência pelo transporte sobre trilhos. Um dos argumentos levantados dá conta de que o modo ferroviário atende melhor a demandas densas por hora/sentido, sendo prova disso o fato de que para transportar 25 mil passageiros são necessárias mais de 400 viagens de ônibus, contra apenas 15 de metrô.
O estudo evidencia que o fator econômico ainda é o maior obstáculo à consolidação do transporte público sobre trilhos. Mas destaca, por outro lado, que o transporte ferroviário e, muito especialmente, o metrô, apresenta contrapartida que não pode deixar de ser levada em conta pelos que apontam o custo e a característica do investimento como um dos freios ao seu crescimento: o tempo de amortização das instalações e material rodante, por exemplo, que pende a seu favor. Também o progresso técnico, que está reduzindo significativamente os custos, além do fato de que certas estações podem vir a ser exploradas como ponto de venda, melhorando a taxa de retorno dos investimentos.
Ao comentar as conclusões do trabalho, o coordenador do Coase, Julian Chacel, disse que três reflexões foram decisivas para se chegar a um juízo definitivo em favor do transporte ferroviário. A primeira, segundo ele, tem a ver com a capacidade instalada da indústria de material ferroviário e suas interações com o complexo industrial brasileiro como alavanca para a recuperação do emprego; a segunda, com a especulação sobre o custo econômico e psíquico dos congestionamentos que, a seu ver, poderiam ser minimizados com a maior participação do metrô e, a terceira, com a satisfação dos usuários, que não hesitaram em indicar o modo ferroviário, de forma especial o metrô como o seu preferido.
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Referência:
Andar nos trilhos. Goiás Indústrial, Goiânia, Ascom, Janeiro/Fevereiro, 1995.
Capa revista Jan/Fev, 1995 Revista Jan/Fev, 1995