A Goiás Industrial relata crescimento das indústrias de Goiás de 2,12% em 97 em comparação com 96, refletindo a criatividade do empresariado goiano em meio à incertezas do mercado.
- 1998-03-20
- 1998-03-20
Dois por cento mais gorda
História de Goiás
A indústria goiana cresceu 2,12% no ano passado em comparação com 1996. Esse é o resultado da pesquisa denominada Sistema de Acompanhamento de Indicadores Industriais (Sindi), realizada mensalmente pela Fieg, através de seu Departamento Econômico. Essa pesquisa observa o desempenho das indústrias utilizando as variáveis receita, emprego e salário dos setores de extração mineral e transformação (minerais e não metálicos, metalurgia, álcool, alimentação e outros).
De acordo com o economista da Fieg, Cláudio Henrique de Oliveira, esse percentual de crescimento ficou dentro das previsões traçadas para o ano e refletiu a habilidade do empresariado na busca de equacionar suas despesas com as receitas. “Esse crescimento foi um verdadeiro malabarismo dos empresários goianos, que vêm buscando novos caminhos nesse tempo de incertezas, tendo em vista a instabilidade do mercado, como conseqüência da abertura da economia, entre outras variáveis”, declarou Cláudio Henrique de Oliveira.
O desempenho industrial de Goiás tinha começado o ano em baixa. \duas quedas sucessivas, de 1,39% e 7,4%, foram registradas nos meses de janeiro e fevereiro, respectivamente. Em seguida, houve uma recuperação, chegando ao índice de 8,1% em setembro.
De acordo com a pesquisa, o melhor desempenho de 197 foi registrado na extração mineral, que cresceu 27,72% em relação ao ano anterior. O segundo lugar ficou com o segmento de alimentação com um resultado de 2,45%. Já a maior queda foi registrada no setor “outros”, que engloba os ramos de confecções, gráfica e bebidas. Esse segmento apresentou um decréscimo de 11,54%.
“Com a crise asiática e, em conseqüência, o pacote fiscal baixado pelo governo brasileiro no final de outubro, as previsões de se ter um amplo desempenho por parte da indústria goiana, tiveram de ser revistas”, explica o economista. Ele acrescenta que os meses de outubro e novembro apresentaram resultados negativos de 5,1% e 10,7%, respectivamente. “Mas o mês de dezembro apresentou recuperação e fechou com um incremento positivo na ordem de 3%”, declarou.
Segundo Cláudio Henrique de Oliveira, esses números demonstram que as medidas do governo não refletiram de forma muito acentuada no desempenho industrial. “Pelo menos, não de forma catastrófica e imediatista como muitos haviam previsto”, diz.
Referência:
Dois por cento mais gorda. Goiás Industrial, Goiânia, Ascon, Março/Abril, 1998.
Capa revista Março/Abril, 1998 Revista Março/Abril, 1998