A indústria da moda movimenta bilhões em todo o mundo! Tudo começa na fiação, produção de tecidos, designers, cortes até o produto final ao consumidor.
- 2018-10-08
- 2018-10-08
Indústria da moda
História da Indústria Goiana


No início do século XX, roupas de alto padrão eram consideradas luxo e isso se deu pelo fato de que, só poderiam ser adquiridas através de costureiras. A máquina de costura comum nos processos de confecção era a ferramenta básica da produção de roupas. Meados dos anos 50, itens básicos de vestuário, manualmente produzido, ficaram mais acessíveis à classe média que antes, só compravam itens mais baratos em lojas de departamento. Muitos estilistas investiram no mercado da moda que, por conseguinte levou a indústria têxtil alavancar. (Leia aqui sobre a Indústria Têxtil). Roupas femininas e masculinas tiveram grandes mudanças ao longo do século XX. Nos anos pós-Segunda Guerra Mundial, a moda teve uma grande mudança. Nos guarda-roupas femininos, terninhos, saias e jaquetas eram comuns dependendo do país, região e clima. A faixa etária diferencia o perfil de vestuário. Nos anos sessenta com revoluções políticas e culturais ocorridas nos Estados Unidos e Inglaterra, impactou não só o modo de pensar, mas também o vestir. Nos anos setenta na Inglaterra, em especial Londres, Vivienne Westwood e Alexander McQueen, dois estilistas revolucionários, fizeram surgir à apelidada street fashion (moda de rua), um conceito básico de roupas acessíveis em brechós, mercados e feiras londrinas. Na época foi mais um estilo de que tendência. A moda contou com a propaganda de celebridades que tinham em seus figurinos modelos de roupas que acabaram se popularizando e inspirando pessoas a consumir surgindo um modelo sazonal de moda. Na França, por exemplo, a moda da realeza aristocrática era ditada pelas maisons parisienses.
No Brasil, início do século XX, a sociedade começa a se transformar devido a várias mudanças ocorridas: fim da escravidão e consequentemente imigração em massa de europeus fugindo da guerra, invenção do avião, início de um novo capítulo político brasileiro (1930), produções manuais passam a ter uso de máquinas, a chegada do primeiro carro de motor à explosão, o cinema, produtos importados que antes era acessíveis apenas no exterior e a indústria da moda, que desenhou o perfil do homem e as curvas das mulheres. Claro que roupas requintadas não eram acessíveis a todas as mulheres, sendo que uma pequena fatia da sociedade tinha o privilégio de se vestir bem, ter trajes diferenciados para determinadas ocasiões especiais. Com influência de Hollywood, muitas atrizes do teatro no Brasil adotavam padrões de moda hollywoodiana. Biquínis, maiôs se destacavam nas belas praias do litoral, principalmente no Rio de Janeiro, com o tempo, as peças ganharam toques ousados com desenhos mais decotados, pernas descobertas e até costas. Nos anos sessenta as brasileiras viveram um período de grandes tendências. A moda de variados estilos, cores, cortes e até mesmo cabelo fazia parte de um cenário novo e que aos poucos ia chegando aos grandes centros, principalmente. Minissaias, jaquetas, suéter, lingerie, casacos, sandálias, bolsas, pijamas, chapéus de verão e inverno, vestidos dos mais variados modelos e cores que desenhavam o perfil da moda feminina brasileira.
A indústria da moda movimenta bilhões de dólares no mundo todo, definindo culturas, nível social e comportamento. A indústria têxtil, automaticamente está ligada a indústria da moda, pois o algodão é a matéria prima para produção de tecidos e fios de costura para confecção de peças. Diferente do período da Revolução Industrial, hoje as máquinas dominam desde a fiação até a o corte e costura alcançando assim uma produção em larga escala. Atualmente, encontram-se outros tipos de tecidos sintéticos para confecção de determinados trajes, mas o predominante é o algodão.
O cenário brasileiro e goiano
A indústria da moda no Brasil pode ser definida de duas formas: a indústria que produz e a indústria que vende. A produção conta com o estilista que cria modelos masculinos, femininos e infantis até chegar ao complexo fabril onde é feito recortes, costuras chegando ao produto final pronto para ser comercializado. O mercado fashion vende marcas desde as mais simples até vestuários de luxo pomposos. O maior evento de moda da América Latina, o São Paulo Fashion Week, fomenta e traz novidades da moda onde modelos apresentam looks diferenciados, novas tendências a serem apresentadas ao público.
Em Goiás, há destaque para a cidade de Jaraguá, considerado a “capital das confecções” que possui um grande polo industrial, onde pessoas de várias regiões do Brasil compram por preços mais acessíveis para consumo próprio ou revenda. Pontalina, também em Goiás é chamada de “cidade da moda”, existem cerca de mais cem confecções e pequenas facções que produzem para o comércio local e venda externa. A confecção da cidade de Pontalina concentra-se, em sua maior parte, da confecção de lingerie com marcas que já tem destaque no mercado onde o público feminino é consumidor.
A capital de Goiás, Goiânia, possui um comércio de confecções amplo e com destaque em todo Brasil. Na região central concentram-se muitas lojas, até pequenos shoppings que vendem vestuários para todos os estilos e gostos. Esses produtos, na sua maioria, vêm de pequenos complexos fabris, alguns localizados na própria capital e outros no interior mantendo assim uma cadeia produtiva que vai desde os recortes de tecido até o produto final, pronto para o consumidor.
Texto: Valter Lopes – Historiador
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Um pouco da Moda em Pontalina
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FONTES:
GONTIJO, Silvana – 80 anos de moda no Brasil – Ed. Nova Fronteira
GOLDBERG, Maria Amélia Azevêdo, et al., 1980 – Controvérsias na história do Brasil: as tentativas de indústria no século XIX. Brasil. Ministério da Educação e Cultura.
BLACKMAN, Cally – 100 anos de moda – A história da indumentária e do estilo no século XX, dos grandes nomes da alta-costura ao prêt-à-porter/ Cally Blackman ; [tradução Mario Bresighello]. – São Paulo : Publifolha, 2014. – Título original: 100 years of fashion. 4ª reimpr. Da 1ª ed. De 2012.
https://exame.abril.com.br/negocios/dino/crescimento-da-industria-de-moda-impulsiona-o-surgimento-do-fashion-law/
http://pequenapinup.com/2014/10/23/o-estilo-de-londres-dos-anos-50-aos-anos-70/
http://www.uvanet.br/essentia/index.php/revistaessentia/article/view/37/18
http://www.anhembi.br/html/ead01/historia_moda/aula06/p04.htm