Ele foi o maior empresário que este país já conheceu e um dos maiores que o mundo já viu. A Goiás Industrial de Set/Out de 1996 falou um pouco sobre ele, vale conferir!
- 1996-09-08
- 1996-09-08
Mauá, dos brasileiros, um dos maiores
História de Goiás
O jornalista Jorge Caldeira prestou um relevante serviço ao país ao escrever a biografia de Irineu Evangelista de Souza, mais conhecido como Barão de Mauá. Os cinco anos de pesquisa do trabalho se transformaram no mais completo levantamento já feito sobre a vida de Mauá e, de sobra, deu-nos Caldeira uma visão realista dos acontecimentos políticos e econômicos do século XIX. É pode-se dizer, um livro imperdível para todos que se interessam pela história política e econômica do Brasil. Diria que é um livro imprescindível para as nossas escolas de Economia e Administração, mais acostumadas a estudar analisar fatos e personagens externos à vida nacional. Arrisco que é um depoimento de extrema significação para servir de exemplo aos nossos jovens. Deveria ser adotado pelo Congresso Nacional como leitura obrigatória dos parlamentares, posto que, os acontecimentos passados no século XIX, e que tanto atrasaram este país, poderiam servir de lição para a mudança da atividade política neste país. Útil seria também o livro se analisado sob o aspecto da ética, onde comportamentos humanos extremos se enfrentam e onde o caráter, e a personalidade de um homem de bem que foi Mauá, possa ter seguidores nos dias de hoje. E, ouso ainda afirmar, o livro é a vitória do trabalho, da inteligência e da perseverança, atributos que acompanharam sempre a vida de Mauá.
Aguço agora o interesse pelo livro ao resumir informações e fatos da vida de Mauá.
TRABALHO
Irineu começou a trabalhar os nove anos de idade, numa firma inglesa, de importação e exportação. Aos 15, era contador/gerente. Nunca parou de trabalhar até aos 76 anos, quando morreu. Portanto foram 67 anos ininterruptos.
RIQUEZA
Aos 28 anos era considerado um dos homens mais ricos do Brasil. Aos 45, um dos homens mais ricos do mundo.
ÉTICA/HONRADEZ
Quando teve a falência de uma de suas empresas decretada, fez questão de acertar com todos os credores e com os seus sócios também. Esse esforço lhe tomou anos de muita abnegação. Escreveu a “Carta aos credores”, que é considerado um dos maiores documentos econômicos da época.
INTELIGÊNCIA
Era suficientemente inteligente para redigir em inglês, que aprendeu sozinho, fazer cálculos avançados de matemática, realizar operações de câmbio e participar de vários empreendimentos ao mesmo tempo e em lugares diferentes, como Brasil, Uruguai, Argentina e Inglaterra.
EMPREENDIMENTOS
Foi o primeiro grande industrial do país. Sua primeira indústria, de 1846, chegou a empregar 1.000 operários. Esteve nos ramos de navegação, bancos, estrada de ferro, energia, agricultura, comércio exterior, construção naval, etc, etc... Era incansável.
POLÍTICA
Envolveu-se nos problemas internos do Uruguai a pedido do Imperador D. Pedro II, e, por incrível que pareça, financiou sozinho, durante anos, o governo uruguaio envolvido em conflitos. Foi deputado e renunciou ao mandato. Mauá, Visconde, e não mais Barão, morreu aos 76 anos, sem a fortuna que acumulou e já esquecido por seus conterrâneos, ele foi sem dúvida o maior empresário que este país já conheceu e um dos maiores que o mundo já viu.
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Referência:
FONSECA, Reinaldo. Mauá, dos brasileiros, um dos maiores. Goiás Industrial, Goiânia, Ascom, Setembro/Outubro, 1996.
Capa revista Set/Out, 1996 Revista Set/Out, 1996